Entidades responsáveis pela saúde da população continuam atentas e estabeleceram uma nova diretriz para classificar a pressão arterial.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) definiu que, a partir de agora, os valores de 12 por 8 são considerados pré-hipertensão.
Se você está nessa faixa, não se assuste, pois isso não significa que ficou doente do dia para a noite apenas com uma canetada.
Entenda por que as entidades fizeram essa mudança, em que ela interfere no seu dia a dia e o que você tem a ganhar com a nova diretriz.
Diretriz definida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estabelece que a partir de agora há uma nova classificação para considerar o que é pressão arterial normal, pré-hipertensão e hipertensão. O objetivo dessa determinação é melhorar não apenas as ações preventivas, mas também o tratamento de doenças cardiovasculares. Veja quais são os novos valores de pressão arterial e o que isso implica no seu dia a dia.
A SBC tomou essa decisão em conjunto com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Portanto, existe consenso entre essas importantes entidades responsáveis por determinar as regras referentes à saúde da população.
Até agora, a faixa de pressão arterial de 120-129 e ou 80-84 mmHg (mais conhecida como 12 por 8), era considerada normal para a maioria das pessoas. No entanto, a nova diretriz define que valores entre 120-139 mmHg de pressão sistólica (PAS) e ou 80-89 mmHg de pressão diastólica (PAD), seja classificada como sendo quadro de pré-hipertensão.
O entendimento dessas entidades segue o raciocínio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), que define valores de glicose no sangue para pré-diabetes. Esse maior rigor em relação ao tratamento de ambas as doenças têm o intuito de alertar as pessoas a cuidarem melhor da saúde. A condição de pré (diabetes e hipertensão) acende um farol amarelo antes que surjam os sintomas.
A nova diretriz também ajuda no tratamento dos pacientes diabéticos, pois a hipertensão é uma das complicações de quem tem o sangue doce. Ao detectar que a pressão arterial está em uma faixa de atenção, eles podem rever os hábitos e reverter esse diagnóstico. Preste atenção! O objetivo não é causar pânico, ao contrário, é dar uma margem maior de segurança para as pessoas se tratarem tranquilamente.
A seguir, veja as implicações da nova determinação da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Inicialmente, as pessoas diagnosticadas com pré-hipertensão não precisam tomar remédio, apenas mudar os hábitos. O médico deve recomendar aos pacientes com pressão 120-139 e ou 80-89 mmHg somente mudar a dieta, fazer exercícios e monitorar a pressão com maior frequência.
Entretanto, quem apresentar valores de 140-159 e ou 90-99 mmHg será classificado como paciente com hipertensão estágio 1. O cardiologista avaliará o quadro clínico e é recomendado o início do tratamento medicamentoso, além das orientações para mudanças no estilo de vida. Trata-se de uma situação que exige maior atenção.
A pressão arterial de 160-179 e ou 100-109 mmHg passa a ser entendida como hipertensão em estágio 2. Nesse caso, o paciente precisa não apenas tomar remédio, mas também mudar bastante o estilo de vida.
Para os valores iguais ou acima de 180 e ou 110 mmHg, o paciente se encaixa no diagnóstico de hipertensão em estágio 3.
Você viu que a tolerância dos níveis de pressão arterial baixou em todas as faixas. Isso significa que, ainda em comparação com o trânsito, a pessoa não precisa frear bruscamente, no último instante.
Outra determinação existente na diretriz da SBC diz respeito tanto ao uso da Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), quanto ao da Medida Residencial da Pressão Arterial (MRPA). O primeiro termo se refere à necessidade de medir a pressão por 24 horas; o segundo, se refere ao paciente medir a pressão em casa, em diferentes horários. Existe essa recomendação para fazer os acompanhamentos e evitar a hipertensão do avental branco.
Esse termo se refere ao erro ou distorção do diagnóstico devido à ansiedade do paciente quando está no consultório. Não é raro a pressão arterial subir nessa circunstância, mesmo quando em casa ou em outros contextos ela esteja normal. Portanto, apesar de haver limites mais rígidos para avaliar a pressão, o cuidado para que não ocorram erros de diagnóstico também aumentou. Tudo isso para o bem-estar do paciente.
Continue lendo e descubra por que essas mudanças são importantes.
Maior prevenção
Valores mais rígidos para classificar o risco da pressão arterial do paciente podem fazer com que ele comece a cuidar da saúde rapidamente. O tratamento precoce por meio da mudança de hábitos é mais fácil, barato e não tem efeito colateral.
Diagnóstico precoce
Elevar todas as faixas de classificação de hipertensão permite que os médicos identifiquem com antecedência quem corre risco cardiovascular. A pressão alta ainda pode causar danos no cérebro, nos rins, e em certos casos desenvolver o diabetes.
Diretrizes das práticas internacionais
As sociedades médicas de outros países possuem padrões específicos para definir o que é pressão arterial normal ou hipertensão. Os valores dessas entidades eram mais baixos que os estabelecidos no Brasil, então, esse alinhamento nacional fica mais próximo dos padrões estrangeiros que conseguem prevenir melhor as doenças.
Atrai mais a atenção da população
Tais diretrizes fazem com que as pessoas fiquem mais atentas à própria condição de saúde. Porém, as novas regras são direcionadas apenas para a população adulta em geral. Crianças, idosos, gestantes, pacientes com doenças graves ou comorbidades possuem protocolos específicos de diagnóstico.
A forma mais segura e barata de cuidar da saúde, é se prevenindo de várias doenças. Saiba como controlar sua pressão arterial para ter longevidade e manter a qualidade de vida.
Manter tanto a pressão arterial como o nível de glicose no sangue dentro dos valores considerados saudáveis é mais fácil do que parece. Saiba que os hábitos para prevenir não apenas a hipertensão, mas também o diabetes são os mesmos. É como se fosse uma promoção de supermercado: você inicia um estilo de vida e previne no mínimo duas doenças. Veja o caminho das pedras para se manter saudável.
Mantenha uma dieta equilibrada – Consuma frutas, verduras, legumes e alimentos ricos em fibras. Evite alimentos ultraprocessados e reduza a quantidade de sal ao preparar a comida.
Faça exercícios regularmente – A prática de uma atividade física não apenas melhora toda a saúde cardiovascular, mas também previne a obesidade, uma das causas da hipertensão.
Controle o peso corporal – Os dois hábitos anteriores são essenciais para evitar o sobrepeso. Se mesmo seguindo essa rotina ainda há dificuldade de perder peso, consulte uma nutricionista e um educador físico para fazer uma programação personalizada.
Reduza o consumo de álcool – O certo seria evitar totalmente as bebidas alcoólicas, porém, há fatores biológicos, psicológicos e sociais envolvidos nesse hábito. Se abandoná-lo é muito difícil para você, consuma o mínimo possível.
Pare de fumar – Aqui não há nenhuma margem de segurança, ao contrário, existe um atalho para o cemitério. O cigarro causa problemas no coração, câncer e várias doenças que acabam com a qualidade de vida.
Controle o estresse – Essa emoção faz com que o organismo libere altas doses de adrenalina, esse hormônio aumenta a pressão arterial, a frequência cardíaca e aumenta o risco de doenças no coração.
Durma bem – Um sono de qualidade proporciona redução da pressão arterial e da frequência cardíaca. É um dos antídotos do estresse. Quem dorme bem ajuda o corpo a fazer um tipo de “reset” que gera vários benefícios à saúde.
Novas regras, nova vida
A nova diretriz da SBC definiu valores que classificam uma pressão arterial como sendo pré-hipertensão. Se você sempre registrou a famosa pressão 12 por 8, não se preocupe, você não está doente, apenas precisa mudar alguns hábitos para prevenir ainda mais as doenças cardiovasculares.
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