Pré-diabetes: saiba como ocorre esse estágio da doença

Pré-diabetes é um diagnóstico sério, porém, nessa fase você ainda pode eliminá-lo da sua vida.

Só existe uma forma de agir a tempo e tenho certeza de que você não quer perder essa chance.

Se fizer tudo direitinho, poderá continuar comendo o que gosta e no futuro não enfrentará problemas de saúde vindos do diabetes descontrolado.

Veja de que se trata o pré-diabetes e o que pode ser feito para voltar a ficar totalmente saudável.

Descubra quando ainda dá tempo para reverter a situação

Pré-diabetes é o diagnóstico que revela aumento do nível de glicemia no sangue, apesar disso, esse quadro pode ser revertido e ainda não é considerado doença. Trata-se apenas de uma situação que necessita de muita atenção do paciente.

Diabetes é um enfermidade silenciosa, mesmo assim, apresenta sinais bastante claros nos exames. Veja qual é a faixa de transição pré-diabetes que a pessoa precisa ficar bem alerta e tomar providências para que a doença não se torne definitiva.

• De 100 a 125 mg/dl (glicemia em jejum)
• De 140 a 199 mg/dl (teste de curva glicêmica, 2 horas após ingerir 75g de glicose)
• Entre 5,7% e 6,4% (hemoglobina glicada).

De acordo com a biomédica e diretora do programa Diabete, eu cuido! Alexandra Manfredini, é muito importante fazer o exame da glicose todos os anos, pois essa doença não apresenta sintomas na fase inicial. “A pessoa com glicemia elevada, na fase do pré-diabetes, não percebe essa elevação, por isso a necessidade de incluir na sua rotina o exame de glicemia anual; porém, se apresentar outros fatores de risco, como por exemplo o sobrepeso ou a obesidade, esse tempo para a realização do exame pode ser encurtado para seis meses”, declara a Alexandra.

Esse período de transição varia entre 3 e 5 anos, ou seja, quem está de olho na saúde pode reverter a situação. Trata-se de uma fase em que mudança de hábitos, adaptação do cardápio e prática de exercícios são certamente ações que podem ser suficientes para normalizar o nível de glicose no sangue.

O resultado de uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Diabetes revelou que apenas 30% dos pacientes tinham conhecimento da própria condição de saúde. A entidade também informa que 50% dos pacientes com pré-diabetes vão desenvolver a doença.

Sendo assim, quanto mais pessoas verificarem anualmente o nível de glicose e tomarem as medidas necessárias, menor tende a ser o número de novos portadores de diabetes.

Saiba por que é preciso ficar sempre alerta.

Zona de perigo serve de alerta para mudar comportamento

O diabetes tipo 2 se desenvolve a partir de um conjunto de fatores que leva ao aumento do nível de glicemia e surge em qualquer momento da vida. Trata-se de uma doença evitável, porém uma vez estabelecida, torna-se incurável. Por volta de 90% dos portadores de diabetes estão nessa categoria de pacientes.

Por outro lado, a proporção de pessoas com diabetes 1 gira em torno de 10% do total. Costuma ser detectado na infância (ou adolescência), mas não há nada a ser feito para evitá-lo. O controle da glicemia é alcançado por meio de doses diárias de insulina e de uma série de hábitos indicados para todos os diabéticos.

Há muitas pessoas que estão numa zona de perigo por causa do estilo de vida adotado, mas podem virar o jogo. Elas ainda não estão doentes, entretanto, precisam se cuidar porque mantêm hábitos prejudiciais que no longo prazo certamente trarão problemas e o diabetes é só uma das consequências negativas. Na opinião de Alexandra, é importante saber que é possível reverter várias situações, mas as chances não são eternas.

As mudanças não precisam ser radicais, porém, a prática de atividade física e o equilíbrio na alimentação serão fundamentais para a reversão da situação. Prestar atenção em alguns sintomas que podem surgir no longo prazo e ficar em dia com a agenda de exames são iniciativas que farão toda a diferença no tratamento. O pré-diabetes deve ser visto como um sinal amarelo. Ainda não é doença, porém, revela que a pessoa não está nas suas melhores condições.

Em alguns casos, medicamentos podem ser necessários, principalmente se a obesidade estiver presente. Converse com o seu médico.

Veja quais hábitos são prejudiciais à saúde e aja rápido para que o alerta não se torne algo irreversível.

Fatores de risco que aumentam a chance de pré-diabetes

Mudar o cardápio é o primeiro passo a ser dado por quem já está vendo subir o nível de glicemia. Segundo a nutricionista do Diabetes, eu cuido!, Juliana Oliveira, é necessário reduzir o consumo de gordura, massas, doces e pães, por exemplo. Não precisa eliminá-los do prato, basta buscar o equilíbrio na hora das refeições.

O sobrepeso, principalmente com acúmulo de gordura na barriga, está entre os vilões da boa saúde e quase sempre indica que é preciso verificar se está tudo bem.

Anote aí os demais fatores de risco:

• Tabagismo
• Sedentarismo
• Pressão alta
• Doença cardiovascular
• Gravidez gestacional
• Idade superior a 45 anos
• Colesterol e triglicérides elevados.

Mesmo que demorados, os sintomas de diabetes começam a aparecer e você deve observar qualquer alteração, pois no começo esses sinais são leves e vistos como algo corriqueiro. Aumento da sede e da vontade de urinar, da fome e do cansaço, podem ser indícios de que há algo errado com o organismo.

Quem ingere mais líquido, vai mais vezes ao banheiro; quem trabalha demais, fica mais cansado. Então, como saber se tais sensações estão ligadas ao pré-diabetes? A resposta é simples: conversando com o médico e fazendo os exames necessários. Sendo assim, é melhor pecar pelo excesso de zelo, do que pela desatenção.

Quem tem atitude preventiva consegue ver rápido como o corpo está reagindo ao modo de vida adotado. Portanto, se pré-diabetes é um alerta que demora alguns anos para se transformar em doença definitiva, basta ter iniciativa para agendar uma consulta anual de rotina com o objetivo de checar o estado de saúde. É fácil, rápido e traz tranquilidade.

Recomendações práticas para reverter logo o pré-diabetes

Reformular o cardápio é mais fácil do que parece porque nessa fase de transição ainda não existem alimentos proibidos. Dá para continuar comendo o que você gosta. O ideal é incluir itens que contêm baixo ou médio índice glicêmico e ir se acostumando aos poucos a fazer refeições mais sadias.

Legumes, verduras e cereais têm passagem sem limites pela cozinha. Também é importante acrescentar no prato a proteína e a gordura saudável. Elas estão no azeite, no abacate e nas leguminosas como nozes e castanhas, por exemplo. Não vive sem carne? Tudo bem. Coma peixe, frango e frutos do mar.

Ao incluir novos alimentos no dia a dia, você aumenta o leque de opções para as refeições. É bem melhor do que repetir sempre o mesmo prato. Use e abuse da criatividade, pegue novas receitas e divirta-se ao mesmo tempo em que se cuida. Reeducação alimentar não é um fardo, ao contrário, deve ser leve e dar prazer.

Outra iniciativa que faz toda a diferença é incluir uma rotina de atividade física. Caminhadas de meia hora no mínimo 3 vezes por semana já ajudam bastante; esqueça a ideia de que precisa se esforçar muito. O que importa aqui é manter a disciplina, pois assim dá para reverter o diagnóstico de pré-diabetes. Escolha uma atividade que você goste e vá em frente.

Comece meditar porque essa prática ajuda muito a desenvolver controle emocional. Lembre-se de que o estresse está entre os fatores que levam ao diabetes e quanto mais você conseguir se manter em equilíbrio quando acontece algo inesperado, melhor será sua condição geral de saúde.

O pré-diabetes é um alerta que não pode ser menosprezado, ao contrário, você precisa redobrar a atenção em relação às condições do organismo. Nessa fase ainda dá para reverter o quadro, não perca essa chance!