Os adoçantes são indispensáveis para os portadores de diabetes.
Mesmo assim, circulam várias informações afirmando que essas substâncias causam o câncer.
Inúmeros estudos foram feitos e as principais agências que regulam o setor de alimentos no Brasil e nos Estados Unidos, já deram seu parecer.
Veja agora o que se sabe sobre o tema.
Os adoçantes começaram a ser usados na indústria de alimentação na década de 1960 e hoje há fórmulas que são até 800 vezes mais doces do que o açúcar. Eles se dividem em dois tipos: naturais e artificiais. O primeiro grupo é obtido a partir das plantas e não passa por nenhum processo químico; o segundo, é produzido em laboratório. Veja quais são as características dos principais adoçantes e se há risco em consumi-los.
Na verdade, o primeiro adoçante do mundo foi descoberto em 1879, por acidente, nos Estados Unidos. Daí em diante, as pesquisas continuaram sendo feitas com o objetivo de desenvolver a melhor solução para adoçar chás, cafés e sucos dos portadores de diabetes. Há vários benefícios nesse tipo de substância, mas também existem riscos que precisam ser conhecidos por quem precisa dela para garantir a saúde no dia a dia.
De acordo com um estudo da Universidade de Campinas (Unicamp), há risco no uso da sucralose em alimentos e sobremesas quentes. Por exemplo, bolos, chás e cafés. Isso ocorre porque, quando ela é aquecida a 90°C num período a partir de 15 minutos, sua composição é alterada e passar a liberar substâncias tóxicas. Tais compostos representam risco de câncer quando são acumulados por longo tempo no organismo.
O adoçante sintético de aspartame já foi ligado a reações alérgicas, partos prematuros e até ao câncer. O Comitê Científico de Alimentação e Saúde das Nações Unidas, orienta que o uso diário dessa substância deve ser inferior a 40 mg para cada quilo de quem vai consumi-lo. Um adulto de 70 Kg, por exemplo, pode ingerir até 2.800 mg com segurança. Isso é equivalente a uma quantidade entre 15 e 20 saquinhos ou 60 e 80 gotas de adoçante.
Mesmo com vários estudos publicados no País e no exterior, os especialistas não chegaram a uma conclusão objetiva sobre esse tema. Diversas substâncias usadas nos adoçantes são liberadas tanto pela Food and Drug Administration (FDA), a agência que regula os alimentos e os medicamentos nos Estados Unidos, quanto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil. Sendo assim, os adoçantes recomendados por ambas, são seguros.
A quantidade consumida é um dos principais fatores para as pessoas ficarem atentas. Apenas doses exorbitantes tornam-se perigosas. Se você levar em consideração que os adoçantes são muito potentes, ou seja, até centenas de vezes mais doces do que o açúcar, não há necessidades de usá-los em grande quantidade.
Mesmo assim, se tiver dúvida, faça o seguinte cálculo: multiplique o seu peso (em quilos) pela Ingestão Diária Aceitável (IDA). Na prática, uma pessoa de 50 quilos pode consumir 250 mg de sacarina, 550 mg de ciclamato e 2.000 mg de aspartame por dia.
A maioria dos adoçantes é vendida a partir da mistura de alguns edulcorantes. Isso faz com que seja mais difícil ultrapassar o limite deles. Portanto, usados com moderação, não há contraindicação.
Descubra quais são os principais adoçantes disponíveis hoje em dia e quais são suas mais importantes características.
• Frutose: encontrada em frutas e no mel, tem poder de adocicar 170 vezes mais do que a sacarose. Deve ser usada com moderação, já que provoca cáries e tem consumo limitado para diabéticos. É totalmente assimilada e seu valor calórico é de 4kcal/g.
• Sorbitol: é o poliol mais amplamente encontrado na natureza, ocorrendo em concentrações relativamente elevadas em ameixas, maçãs, peras e outras frutas. De um modo geral, atribui-se ao sorbitol o valor calórico de 2,4kcal/g, tem capacidade de adocicar cerca de 50% a 70% maior do que a sacarose. Apesar de não ser considerado tóxico, doses excessivas por via oral podem causar flatulência e desconforto abdominal.
• Manitol: Entre os polióis, o manitol é o que apresenta ação laxativa mais pronunciada, quando ingerido em elevadas doses. Admite-se que seu valor calórico é duas vezes menor do que o da sacarose, ou seja, 2 kcal/g. A Organização Mundial da Saúde permite uma dose diária de 50mg a 150mg de manitol/kg de peso corpóreo.
• Xilitol: O xilitol ocorre naturalmente em madeiras, frutos e vegetais, cogumelos e microorganismos, e está normalmente presente no organismo humano. Doses consideráveis, de 5 a 15g/dia de xilitol são formadas normalmente no organismo humano. Doses superiores a 30g/dia podem causar diarreia em adultos que o utilizam pela primeira vez, apesar do aparelho digestivo tolerar até 200 a 300g/dia quando acostumado.
• Eritritol: É encontrado naturalmente em baixas concentrações em frutas e em concentrações mais elevadas em molhos de soja, vinhos, cervejas e queijos. Tem poder adoçante de 70% do açúcar. Não causa cárie, tem uma melhor tolerância digestiva, pois as bactérias intestinais não conseguem digeri-lo, sendo eliminado pela urina.
• Taumatina: é um adoçante natural identificado na indústria alimentícia com as siglas E 957. É uma mistura de proteínas extraída de uma planta da África Ocidental, que no organismo se metaboliza como as demais proteínas da dieta. Até o momento nenhum estudo comprovou ser tóxica ao organismo.
• Estevisídeo (estévia): descoberto em 1905 e extraído da planta stévia rebaudiana, é cerca de 300 vezes mais doce do que o açúcar. Não produz cáries, nem é calórica, tóxica, fermentável ou metabolizada pelo organismo.
• Lactose: muito utilizada em adoçantes de mesa, é extraída do leite. Tem poder adoçante 15 vezes maior do que a sacarose. Não dever ser consumido por pessoas intolerantes à lactose.
• Agave azul: rico em açúcares nobres, como frutose e dextrose, tem origem em uma planta suculenta de origem mexicana e poder adoçante maior do que o açúcar comum. Não deve ser consumida por diabéticos. Sintéticos (artificiais): São aqueles produzidos a partir de reações químicas realizadas em laboratório.
• Ciclamato: descoberto em 1939 e com poder de adoçar 40 vezes maior do que o açúcar, não é metabolizado pelo organismo. Devido ao fato de conter sódio, deve ser evitado por hipertensos.
• Sacarina: primeiro adoçante sintético a ser descoberto (1878), a substância – que tem poder adoçante 300 vezes maior que do açúcar – não é metabolizada pelo organismo, sendo eliminada sem nenhuma alteração. Contraindicado para hipertensos.
• Acessulfame K: contraindicado para pessoas com deficiências renais que necessitam limitar a ingestão de potássio (K). Permitido para diabéticos e não favorece a formação de cáries.
• Sucralose: Descoberto em 1976, parecido com açúcar, não deixa gosto residual. Tem poder adoçante de 600 a 800 vezes maior que o açúcar. Feito a partir de molécula do açúcar de cana modificado em laboratório.
• Aspartame: a substância é 200 vezes mais doce do que a sacarose, mas instável a temperaturas acima dos 100°C. Adoçante mais associado a efeitos colaterais, como alergias, dores de cabeça, é contraindicado para pessoas com fenilcetonúria (é uma anomalia rara que ocorre em pessoas cujo organismo é incapaz de metabolizar a fenilalanina: aminoácido existente no leite, carne, pão, etc, e é geralmente diagnosticada após o nascimento, através do teste do pezinho. Por esta razão o consumo de aspartame é desaconselhado para gestantes).
Edulcorante | IDA (mg/Kg peso/ dia) |
Sorbitol | Não especificada |
Manitol | Não especificada |
Xilitol | Não especificada |
Eritritiol | Não especificada |
Taumatina | Não especificada |
Sacarina | 5 |
Ciclamato | 11 |
Aspartame | 40 |
Estévia | 4 |
Acessulfame-K | 15 |
Sucralose | 15 |
CFN – CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS
NOTÍCIAS: DOCE BERLINDA, 2016
INMETRO – ADOÇANTES DE MESA E ADOÇANTES DIETÉTICOS.