As características do mundo atual prejudicam cada vez mais a saúde mental da mulher e você também deve estar se sentindo sobrecarregada.
Muitas delas ficam frustradas e vulneráveis por causa da constante cobrança pela perfeição nas áreas pessoal e profissional.
É realmente bem difícil dar conta de tudo, principalmente para quem está sozinha.
Descubra como a atual estrutura da sociedade destroça o aspecto emocional feminino e o que você pode fazer para reverter a situação.
A saúde mental da mulher precisa receber mais atenção porque trata-se de um assunto da maior importância hoje em dia. Esse tema envolve questões sociais, profissionais e familiares que continuam exigindo dela não só adaptação às atuais demandas do mundo contemporâneo, como também extremo esforço para se manter psicologicamente saudável frente às cobranças ao redor.
Há dificuldades de vários tipos para a mulher lidar desde a hora em que acorda, até quando vai dormir, e essa realidade está presente em todo o mundo. O conjunto de situações que surgem nos ambientes em que ela circula resulta em vulnerabilidade emocional, que cresce inclusive por causa das interferências biológicas, pois até a ciência já deu provas do efeito emocional dos hormônios.
Infelizmente, ainda são insuficientes as iniciativas no sentido de atender as necessidades e principalmente acolher quem permanece em um círculo vicioso de pressão psicológica. Esse problema está ligado tanto à saúde pública, quanto à assistência particular. Ambas as esferas apresentam soluções inadequadas para começar a superar a complexa crise em torno da condição feminina.
A implantação de boas práticas a serem aplicadas na vida real de quem sofre diariamente se torna cada vez mais imprescindível, por isso é urgente promover de forma efetiva a união de quem está interessado em soluções concretas. Só assim é possível estabelecer o compromisso de cuidar da saúde mental a partir da mudança do modelo dos ambientes que impactam na vida das pessoas.
Sobram desafios para superar e a saúde mental feminina será fortalecida por meio da reformulação dos sistemas responsáveis por essa questão. A própria estrutura vigente precisa apresentar novas saídas para velhos problemas. Enquanto o modelo permanecer igual, nenhum esforço trará resultado à altura, por maior que seja a boa vontade das pessoas engajadas na questão.
A sociedade pós-moderna gerou mudanças no aspecto global, com novas configurações sociais e econômicas, e também no âmbito pessoal, por meio de diferentes dinâmicas e estruturas familiares. Tal fenômeno não ocorre só no Brasil, ao contrário, é de abrangência mundial.
Vamos refletir um pouco sobre o impacto disso no universo feminino?
Com o ingresso da mulher no mercado de trabalho e a bem-sucedida escalada na hierarquia do mundo dos negócios, ela ampliou bastante não apenas a quantidade de compromissos diários, como também o nível de responsabilidade em relação a cada decisão a ser tomada.
Há anos as mulheres ocupam com destaque altos cargos de liderança em vários setores. Podemos encontrar juízas, empresárias e executivas de multinacionais, por exemplo, com notório reconhecimento. O que essas profissionais decidem certamente influencia muita gente.
Nos degraus mais baixos da estrutura organizacional das empresas também é possível ver mulheres como coordenadoras, supervisoras e gerentes. Em todos os níveis fica nítida a característica de dar as cartas levando em consideração a intuição, a sensibilidade e a preocupação com as pessoas.
Por outro lado, a jornada de trabalho do “sexo frágil” não acaba com o expediente. A mulher vai para casa cuidar de outra equipe (bem menor) e torna-se cada vez mais comum fazer isso sozinha porque o pai dos seus filhos não mora na mesma casa. Quando reside junto, é comum vê-lo em longas reuniões com a televisão.
Em ambos os casos, a mulher acaba sendo a figura que detém autoridade porque, como na empresa, ela age para fazer as coisas acontecerem. Não é difícil ver uma mulher como a única pessoa do lar que tem fonte de renda; menos raro ainda é achar esposas com salário mais alto que o do marido.
Descubra quais são os reflexos desse conjunto de circunstâncias.
O contexto apresentado logo acima faz com que a família adquira característica matriarcal, pondo em dúvida o papel de cada indivíduo e, especialmente, quais podem ser as melhores formas de assumir uma nova posição na sociedade.
Torna-se complexo taxar o que é certo ou errado em épocas de transição. As pessoas simplesmente encaram a situação e se adaptam às novas realidades.
A mulher está sobrecarregada com várias tarefas. Ela pode ser responsável por cuidar dos filhos, dos pais idosos, do sustento e da rotina da casa, da manutenção do casamento e também das demandas da empresa. Em todos esses papeis ela é cobrada para atingir o melhor resultado, o que significa manter tudo em volta funcionando perfeitamente.
Estatísticas revelam que atualmente as mulheres apresentam mais sintomas de estresse do que os homens, aumentando o risco à saúde. A pandemia agravou uma situação que ocorria há muitos anos e provas dessa realidade podem ser vistas aqui. O isolamento social serviu como uma lente de aumento que mostrou a todos algo que só as mulheres lotadas de trabalho viam.
Encontrar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional tem sido o eterno desafio feminino. Mulheres devem trabalhar não só por causa do sustento e da própria independência, mas também tendo em vista ampliar o convívio social, elevar o nível de satisfação pessoal e encontrar sentido à vida. A atividade profissional é enriquecedora e isso vai muito além da esfera financeira.
O problema está no que ela precisa fazer antes de chegar à empresa e depois de sair do trabalho. Como a família é o centro da atenção feminina, atender as necessidades concretas e intangíveis acabam sendo fonte de sobrecarga física, emocional e psíquica.
Veja como lidar com os sentimentos de frustração e incompetência por não conseguir ser a Mulher-Maravilha.
Atire a primeira pedra a mulher que nunca se sentiu fracassada alguma vez que algo não ocorreu como desejava. Pode ser por não ter chegado a tempo para pegar os filhos na escola ou ter deixado de brincar com eles quando pediram atenção. A falta de condição financeira para arcar com passeios ou brinquedos leva ao mesmo sentimento e o acúmulo de decepções no longo prazo, por mais que haja esforço para dar conta de tudo, leva à crise da saúde mental.
De acordo com a psicóloga Dina Akerman, do programa Diabetes, eu cuido!, a leitura que fazemos do mundo tem como base a história da própria vida. É preciso observar tanto quais emoções estão ligadas a tal trajetória, quanto o que ficou gravado na memória.
Dessa forma, é preciso se permitir olhar para trás adotando um ponto de vista diferente, com interpretações e conclusões baseadas nesse novo aspecto. Só assim se torna possível começar a ser dona do próprio caminho, mudar conscientemente o que é necessário e livrar-se de prisões psicológicas e ilusões criadas a partir de formas de pensar vindas das gerações anteriores.
Se o mundo mudou, várias referências devem ser reformuladas. Aquela mamãe homenageada pelo músico Toquinho está hoje em dia mais na memória do que dentro das casas. A mulher precisa (e deve) cuidar de si fazendo o que gosta: dançar, praticar esporte, assistir a filmes, qualquer iniciativa que lhe proporcione bem-estar.
Em relação às múltiplas tarefas, o primeiro passo é definir prioridades e cuidar dessas necessidades. Nem tente argumentar que tudo é importante. O segundo movimento consiste em impor limites em todos os relacionamentos, ou seja, dizer não e revelar o sentimento por trás dessa negativa.
O legítimo autocuidado, a comunicação saudável e o respeito dos outros por nossas escolhas tiram não só um gigantesco peso das costas, como também acabam com o desejo e o esforço por ser a Mulher-Maravilha. Na verdade, a busca deve estar concentrada em ser humana. Pense nisso.