Relógio biológico do diabético: estratégia de tratamento

O tratamento de diabetes pode ficar mais simples de seguir se você prestar atenção no seu relógio biológico.

Isso parece óbvio, mas na correria do dia a dia é comum deixar de lado alguns fatores importantes para o organismo.

Uma prova disso está no desconhecimento de como funciona o ciclo circadiano, que regula principalmente o horário de dormir.

Você nunca ouviu falar nesse termo? Então continue lendo e veja que isso pode ajudar bastante no seu tratamento.

Ouvir o que o organismo pede ajuda a manter a saúde

O relógio biológico do diabético deve não apenas ser respeitado, mas também visto como uma ferramenta para controlar melhor o nível de glicemia. Isso porque é por intermédio do ciclo circadiano que o organismo otimiza as próprias funções. Sendo assim, os pacientes atentos a esse ritmo natural de vida conseguem tornar o tratamento mais simples e bem-sucedido ao longo do tempo. Aprenda a se organizar para alinhar seu ciclo circadiano e dessa forma manter sob controle a quantidade de açúcar no sangue.

Em primeiro lugar, saiba o que é ciclo circadiano. Trata-se do ciclo de 24h que regula o organismo de todos os seres vivos, não só do homem, mas também de animais e plantas. Veja como isso funciona, mas antes, tenha certeza de que ele influencia a fome, a qualidade do sono e a liberação de hormônios. Quando não está em equilíbrio, afeta todo o metabolismo, incluindo a produção de insulina, algo ainda mais sério no caso do paciente diabético.

A região do cérebro responsável por esse controle é o hipotálamo, uma área que reconhece se é dia ou noite com base na quantidade de luz que entra pelos olhos. Dependendo da luminosidade, o cérebro interpreta que ainda é dia e não libera os hormônios que dão sono. Veja o funcionamento completo do ciclo circadiano. Tenha em mente que quando uma pessoa respeita esse relógio biológico mais ancestral, melhor será sua saúde.

É nele que o paciente precisa se basear para realizar um tratamento de sucesso. Existem outros caminhos para seguir, no entanto, sem dúvida esse é o mais importante. Confira a seguir as outras programações que facilitam o controle da glicemia.

Relógio biológico na alimentação

A ciência já está se aprofundando na pesquisa sobre como é possível otimizar a absorção de nutrientes com base no ciclo circadiano. Esse estudo recebe o nome de crononutrição e leva em consideração o ritmo natural de funcionamento do organismo, definindo melhor os horários para se alimentar.

Se o paciente precisa estar atento tanto ao intervalo entre as refeições, quanto à quantidade e ao tipo de alimento, a crononutrição pode ajudá-lo. Como regra geral, o ideal é tomar café da manhã no máximo 1h após acordar, almoçar entre 12h e 13h, jantar até às 19h e incluir um lanche entre eles.

Comer bastante antes de dormir faz mal à saúde de qualquer pessoa; no caso de sentir fome, prefira uma fruta ou biscoitos. Cada paciente precisa verificar com uma nutricionista especializada em diabetes o horário mais preciso possível de cada refeição. Leve em consideração esse ciclo, seu organismo agradece.

Período para atividade física

Exercício é benéfico em qualquer horário e esse é o ponto principal. No entanto, uma pesquisa mostrou as vantagens de realizar atividade física logo após acordar e perto do fim da tarde, em dias diferentes. Veja o resultado. A escolha dos horários para esse estudo está relacionada ao metabolismo.

Independentemente dessa pesquisa, é indispensável fazer exercícios no mínimo 30 minutos por dia, 3 vezes por semana. Uma simples caminhada já faz bastante diferença no controle da glicemia. Quem tem força, disposição e preferência, pode escolher, por exemplo, musculação (anaeróbico) ou ciclismo (aeróbico).

Ainda mais importante do que dar o primeiro passo é manter a disciplina nessa rotina. Quem começa e logo para de fazer algum esporte, certamente não sente o benefício de seu efeito no longo prazo. Você deseja se sentir sempre bem ou só de vez em quando?

Programe seu sono

Dormir mal compromete praticamente o dia inteiro e quem fica rolando muito tempo na cama sabe bem o que acontece. Além disso, ter um sono de qualidade é crucial para controlar o nível de glicemia, pois insônia pode causar diabetes e piorar o quadro clínico de quem tem a doença.

O ideal é dormir entre 7h e 8h por noite, de preferência indo se deitar e acordando no mesmo horário. Por isso, mais uma vez torna-se importante respeitar o ciclo circadiano. Parar de assistir à televisão até tarde e deixar o celular longe da cama são recomendações valiosas para ter um sono profundo.

Entre as consequências das noites mal dormidas estão: aumento da produção de cortisol, risco de hipoglicemia, maior apetite e alteração do metabolismo. Todos esses fatores fazem com que os esforços que você fez durante o dia tenham resultados bastante limitados.

Atenção à medicação

Outro compromisso importante que o paciente tem em relação aos horários é com os remédios. Esse deve ser cumprido à risca. A disciplina vale tanto para a insulina quanto para os demais medicamentos voltados ao tratamento. Parece óbvio, mas muita gente deixa de seguir com rigor a prescrição médica.

Tomar insulina sem horário fixo aumenta o risco de hipoglicemia ou hiperglicemia, pois a falta de pontualidade gera carência ou excesso de glicose no sangue. Isso desequilibra o organismo. Todas as iniciativas servem para garantir qualidade de vida para as pessoas em tratamento.

Já os medicamentos orais tomados fora de horário podem apresentar efeitos colaterais inesperados. Além disso, eles interagem com a alimentação e acabam surtindo vários efeitos. Para não se esquecer do horário de tomar cada remédio, a melhor saída é programar um alarme.

Aspecto emocional sob controle

Diante de tanta programação, também é importante cuidar das emoções. Reserve alguns horários para cuidar de si, fazendo o que mais lhe dá prazer. O objetivo aqui é não apenas eliminar a sensação de estresse, mas também gerar alegria. Não espere o final de semana para se divertir.

Sábado e domingo, normalmente, são dias mais leves sem as obrigações profissionais e reservados ao laser. Mas atenção. Não dá para abandonar a disciplina do tratamento, pois o organismo vai responder como se fosse uma segunda-feira, ou seja, ele não sabe a diferença entre os dias da semana e reagirá se houver descuido.

O diabetes favorece o desenvolvimento de quadros de depressão e ansiedade, exatamente por causa das exigências junto ao paciente. Todavia, quem segue a recomendação médica continua se sentindo bem e não nota tanto o peso do tratamento.

Respeitar o relógio biológico é primordial para manter a qualidade de vida. Se o organismo tem um ritmo natural, vamos dançar conforme a música, que pode ser agitada durante o dia, mas precisa ser lenta à noite. Seguir as recomendações acima é mais simples do que parece.

E você, está atenta aos horários do seu relógio biológico ou acha que esse é um conceito teórico que não se aplica na vida moderna? O organismo é inteligente e sabe do que precisa para funcionar da melhor maneira possível. Preste atenção no que ele está pedindo e não abuse.